"Este ano, o cartaz do Sons em Trânsito é «muito mais urbano e contemporâneo», descreve Vasco Sacramento, para quem a edição de 2007 será «a melhor de sempre». O director artístico afirma que o certame é um «belo negócio» para Aveiro.
O figurino do festival mantém-se com quatro noites de espectáculos, tal como na edição do ano passado.
A abertura do SET será assegurada, a 28 de Novembro, pelos romenos Fanfare Ciocarlia, que apresentarão o espectáculo «Queens and Kings» juntamente com cerca de duas dezenas de cantores ciganos de vários pontos do mundo.
O segundo dia do programa abre com o grupo Deolinda, um projecto novo de fado castiço que conta na sua composição com o contrabaixista aveirense José Pedro Leitão.
Sérgio Godinho é a segunda proposta para o dia 29.
A cantora inglesa Jane Birkin será, aos 62 anos, uma das principais figuras do cartaz do Sons em Trânsito, actuando no dia 30 de Novembro, data em que também subirá ao palco o cabo-verdiano Tcheka. Seguem-se, a 1 de Dezembro, o canadiano Gonzales e o italiano Vinicio Capossela. O encerramento do SET será garantido, no salão nobre do Teatro Aveirense, com a DJ Raquel Bulha (Antena 3), acompanhada por José Carlos Fernandes, que fará ilustrações em tempo real.
As entradas custam 12 (plateia), oito (primeiro balcão) ou cinco (segundo balcão) euros. Vasco Sacramento acredita que, com uma política de preços acessíveis, a lotação irá esgotar num mínimo de três noites. «Os preços dos bilhetes não são uma desculpa para não vir ao SET», afirmou, destacando os objectivos de «democratizar o acesso» ao festival, criar novos públicos e ajudar a tornar o Teatro Aveirense «habitável». Com o evento, a principal sala de espectáculos da cidade será «o coração de Aveiro», ajuizou o promotor.
Maria da Luz Nolasco, directora-geral do Teatro Aveirense, saudou a realização da sexta edição do SET mas advertiu para as dificuldades financeiras associadas à sua organização.
Comparativamente com outros eventos, o festival aveirense até tem um orçamento «baixo», embora «suficiente» para garantir uma programação de qualidade, declarou Vasco Sacramento, lamentando que as empresas não olhem para o certame «como ele merecia».
Mas lembrou, porém, que o SET é um «belo negócio» para Aveiro pelo «retorno» que traz aos parceiros envolvidos na organização e à própria cidade.
O director artístico salienta que o festival é uma «ferramenta de afirmação nacional e internacional de Aveiro» e afiançou que um exercício de pesquisa no motor de busca Google coloca o SET como o evento local com mais referências seleccionadas, à frente da Feira de Março, da FARAV ou do Litoral Fashion. A presença de jornalistas estrangeiros revela o «grande interesse mediático» em torno do festival, frisou, acrescentando que 40 por cento do público é proveniente de fora de Aveiro, sobretudo de Lisboa, Porto e Coimbra mas também de Espanha, com vantagens para a hotelaria local.
Miguel Capão Filipe, vereador da Cultura da Câmara, acredita que o SET representará um acontecimento de afirmação de Aveiro «em termos nacionais e planetários», ao passo que Manuela Fonseca, representante da Rota da Luz, vê o certame como um «factor de atractividade» numa fase de época baixa no turismo."
in Diário de Aveiro (20 de Novembro de 2007)